Relatório apela a uma ação mundial contra as múltiplas ameaças à humanidade
A humanidade está a enfrentar a sua maior situação de emergência, uma crise que consiste em muitos riscos catastróficos interligados, declarou a Mesa Redonda sobre o Futuro da Humanidade.
Atualmente, não tem forma de lidar com esta crise – e é extremamente necessário um plano de ação global, afirmou.
“As ameaças estão agora a chegar em conjunto. A sua escala e impacto coletivos são tão grandes que poucos os veem. Em conjunto, estes riscos põem em perigo a nossa capacidade de manter uma civilização, possivelmente até de sobreviver. As soluções globais para estes problemas globais são agora imperativas”, explica.
“A crise é vasta, complexa e está interligada. Afeta todos os habitantes da Terra e continuará a afetar as gerações vindouras. Atualmente, não existe um plano de ação para a resolver; não existe sequer um acordo sobre a necessidade de a humanidade agir para se salvar”, acrescenta.
A mesa redonda foi constituída por 30 organizações internacionais líderes no domínio da ciência e da sustentabilidade e por destacados líderes de pensamento sobre o futuro da humanidade. Foi convocada em linha pelo Clube de Roma e pelo Conselho para o Futuro da Humanidade, e foi facilitada pela eminente ambientalista Molly Harriss Olson. “O seu objetivo era desenvolver um entendimento comum da situação humana e das melhores soluções para a mesma”, sublinha a ambientalista.
A Mesa Redonda produziu um relatório sobre as suas conclusões, incluindo os pontos de vista de cada um dos participantes sobre a natureza da crise e o que deve ser feito para a resolver.
“A Mesa Redonda é uma tentativa importante de desenvolver uma imagem mais clara e partilhada dos perigos com que a humanidade se confronta e de encontrar soluções consensuais para os mesmos, como forma de tomar medidas positivas a nível mundial. Baseia-se no conhecimento crescente de que precisaremos cada vez mais de criar resiliência a futuros choques e tensões e de criar as mudanças necessárias nos sistemas que permitirão aos cidadãos globais prosperar e não apenas sobreviver à era do Antropoceno”, afirmou Sandrine Dixson-Declève, copresidente do Clube de Roma.
“A ciência concorda que a civilização humana está atualmente em grandes dificuldades. Sem um plano claro para salvar a humanidade num planeta habitável, é muito pouco provável que o consigamos fazer”, afirmou Julian Cribb, cofundador do Conselho para o Futuro Humano.
“A boa notícia é que existem literalmente dezenas de soluções disponíveis, locais e globais, muitas delas mencionadas no relatório da Mesa Redonda. Todas elas podem melhorar o nosso bem-estar e ajudar a tornar o nosso mundo mais seguro, mais saudável, mais ecológico e mais sustentável”, acrescentou.
“O momento de agir é agora”, afirmou Dixson-Declève, sublinhando que “temos muitas das soluções necessárias na ponta dos nossos dedos. O que falta é a vontade política e a liderança empresarial para mudar para sistemas de governação, económicos, financeiros e sociais que sirvam as pessoas, o planeta e a prosperidade ao mesmo tempo”.
“Sabemos que é difícil agir quando estamos no meio do caos, mas se não agirmos agora, os custos financeiros, ambientais e humanos da inação serão muito mais elevados”, concluiu.
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